segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Dê afeto, regras e limites!
Dar carinho, mas sem deixar de impor regras e limites. Esse é o papel da
família na educação dos filhos. Os valores morais e os padrões de conduta são
adquiridos essencialmente através do dia a dia na família, que se torna uma
instituição privilegiada na educação infantil. De acordo com a psicóloga Dra.
Marília Velasco, especialista em Psicopatologia Clínica, são os pais que, ao
colocarem limites e dar afeto, ensinam as crianças a serem seguras, a terem boa
autoestima e a resolverem problemas. Confira a entrevista completa e aprenda
como educar melhor seus filhos desde cedo.
Qual a importância da família na educação dos filhos?
A família é o lugar privilegiado para a promoção da educação infantil.
Os valores morais e os padrões de conduta são adquiridos essencialmente através
do convívio familiar. Ensinar a criança, desde a tenra idade, a solucionar
problemas é um excelente caminho para desenvolver a sua segurança, inibindo,
consequentemente o aparecimento de distúrbios sérios, como a depressão
infantil.
Como inibir o comportamento agressivo de algumas crianças?
Os contatos de pele, abraçar, fazer carinho, ficar de mãos dadas, dar
beijinhos são fortes inibidores do desenvolvimento do comportamento agressivo
em crianças. A afetividade permite o estabelecimento de uma relação agradável
entre os membros da família, facilitando, inclusive, a superação de
divergências familiares. Toda família tem suas divergências. O que se busca são
formas apropriadas de lidar com elas e, sobretudo, superá-las. As relações
afetivas positivas fornecem excelente caminho para este difícil desafio, que
sempre preocupam os pais.
As regras também são importantes na educação dos filhos?
Aliadas ao carinho estão às regras. Elas devem ser criadas para permitir
um relacionamento adequado entre a família, mas os pais não devem estabelecer
regras excessivas e difíceis de serem cumpridas. Se os filhos descumprem o
acordo, é importante que se explique qual regra foi desobedecida e quais são
suas consequências.
Nesse caso, o castigo é recomendado?
Nem sempre o castigo é indicado. Quando houver a necessidade, é
recomendável que haja a retirada de algum tipo de lazer por um período curto de
tempo, como ficar sem jogar videogame por um dia. O castigo nunca deve produzir
privação de necessidades básicas (alimento, sono, carinho) ou produzir dor.
Privar a criança de carinho é um erro gravíssimo. A criança deve ter segurança
do amor dos pais sempre, mesmo quando está sendo castigada. O comportamento
indesejado deve ser punido e não a criança.
O que os pais devem priorizar na educação dos filhos?
Os pais estão passando a todos instantes valores morais a seus filhos.
Por isso, agir com honestidade, senso de justiça, solidariedade, amizade,
respeito ao próximo, respeito às leis e empatia (se colocar no lugar do outro),
devem ser foco da educação dos filhos.
Como agir para elogiar ou dar broncas?
Assim como o descumprimento das regras deve ser recriminado, os
comportamentos aprovados pelos pais devem ser incentivados. Mas lembre-se de
que as broncas devem sempre acontecer em particular e os elogios publicamente.
Para a senhora, qual é o segredo da educação dos filhos?
O grande segredo da educação é ter equilíbrio entre aplicar as regras e
manter-se afetivo. Mostrar ao filho que sempre está disponível para o afeto.
Jamais dizer a ele que “não o ama mais” ou “que preferia que ele não tivesse
nascido”. São frases que podem gerar sérios problemas psicológicos para a
criança.
Se os pais estão com problemas na educação dos filhos, e estes estão
tendo comportamentos agressivos e birras frequentemente, os pais devem procurar
ajuda profissional?
Muitas vezes, os pais não procuram os profissionais especializados
esperando que os problemas por si só se resolvam, quando, na verdade, quanto
mais cedo eles forem solucionados, melhor. Eles se sentem responsáveis e não
querem se expor, mas procurar ajuda especializada é sinal de maturidade e
responsabilidade.
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
O Afeto e a Aprendizagem
O Afeto e a
Aprendizagem
Não mais se questiona que a
afetividade acompanha o ser humano desde a sua vida intrauterina até a sua
morte, se manifestando como uma fonte geradora de potência, e sendo o alicerce
sobre o qual se constrói o conhecimento racional. Por isso, a questão da
afetividade tem sido bastante abordada, pois se percebeu quão benefícios ela
traz ao desenvolvimento cognitivo, mostrando a responsabilidade de educadores
(pais e professores) na construção da personalidade da criança. Ela também é de
grande importância para uma vida emocionalmente saudável, pois falar de
afetividade é se levar em conta emoções, disciplina, postura, uma constante em
todo meio do qual faça parte o ser humano: seja na família, na escola ou
qualquer outro ambiente.
Emoções e Afetos nas Relações Sociais
Existem muitos problemas de relacionamento nos
dias de hoje que podem ser decorrentes das dificuldades que as pessoas têm de
estabelecer relações amistosas com o outro. Os sentimentos tão importantes na
vida tornam os indivíduos capazes ou não, de estabelecerem um bom
relacionamento com outras pessoas, dependendo da forma que eles vão sendo
tratados ao longo da vida. Dessa forma, a falta de afetividade pode acarretar
além de prejuízos emocionais também pedagógicos, pois o ato de aprender envolve
cumplicidade do aprendiz com o seu educador.
Goleman (1995, p. 301) chama
as pessoas bem preparadas emocionalmente de “emocionalmente inteligentes”, pois
são capazes de controlar seus estados emocionais, têm mais facilidade de
concentração, compreendem melhor os outros, tem mais facilidade para fazer
amigos, e também têm um melhor desempenho escolar. Portanto, a afetividade traz
consigo a capacidade de ampliação da interação social, solidificando as
relações de amizade, promovendo a qualidade dos relacionamentos, proporcionando
uma educação com propósitos claros, que por sua vez confere aos objetos do
conhecimento um sentido afetivo e significativo.
Elogios e Críticas – Consequências
Sempre há algum motivo
para valorizar o outro, e corrigir não é uma tarefa simples. Também não existem
críticas construtivas, mas sim críticas com afeto, o que faz toda a diferença,
pois educa as emoções. Para Cury (2003,
p.145), antes de criticar, devemos dizer a criança o quanto ela é importante, pois,
ao elogiá-la antes de mostrar seu defeito, ela acolherá melhor às observações
que lhe serão feitas. Da mesma forma
Goleman (1995, p.167 e 168) salienta que uma crítica habilidosa pode ser uma
proveitosa mensagem, pois se concentra no que a pessoa fez ou pode fazer e não
em um ataque ao caráter, colocando a criança na defensiva, se fechando, e não
se motivando para fazer melhor as coisas. E que tanto as críticas quanto os
elogios são mais eficazes se cara a cara e em particular
As crianças que só escutam
críticas de tudo o que fazem, ficam com baixa autoestima, se sentindo
inferiores e muito carentes. A criança tem muita sensibilidade e sente se as
pessoas do seu convívio estão sendo sinceras ou não. Mas ser afetivo no elogio
não significa só abraçar e beijar. O melhor mestre é sempre o exemplo. Toda
criança é capaz de perceber as contradições entre o que se diz e o que se faz.
Texto adaptado da Revista
Eletrônica Saberes da Educação – Volume 3 – nº 1 - 2012
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