Onde está a
falha?
A culpa é da família
ou da Escola?
Diante
do insucesso de um aluno, a escola e a família passam a se cobrar: "Onde
foi que vocês falharam?" A família questiona a escola por ser ela a
responsável pelo ensino. A escola questiona a família pelo fato de que, se
alguns conseguem aprender, o problema dos malsucedidos só pode vir de fora.
Todos têm razão, mas ninguém está certo. Por outro lado, não basta as duas
culparem a si mesmas, pois uma professora ou uma mãe nem sempre encontrarão
resposta ao se perguntar "Onde foi que eu falhei?". O problema não
está separadamente em nenhum dos lados, muito menos nos estudantes - razão de
ser da relação entre os dois. Não faz nenhum sentido tomá-los como culpados.
Crianças
e jovens são levados para a escola com o objetivo de que aprendam os conteúdos
e desenvolvam competências que os preparem para a vida. Os educadores esperam
que cheguem à sala de aula interessados em aprender, prontos para o convívio
social e para o trabalho disciplinado. Quando as expectativas dos dois lados se
frustram, surge um círculo vicioso de reclamações recíprocas que devem ser
evitadas com a adoção de atitudes de co-responsabilidade. Vamos ver como
promover isso, começando por recusar velhas desculpas, de que nada se pode
fazer com "as famílias de hoje" ou com "as escolas de
hoje".
Educar
depende de uma relação mais ampla entre os pais do aluno e os professores do
que a prevista em uma mera prestação de serviços. O primeiro passo para que
isso aconteça é estabelecer uma via de mão dupla e o segundo é estabelecer
regras que fortalecerão essa parceria permitindo que a aprendizagem dos
filhos e alunos seja a prioridade a ser tratada, sendo assim, na identificação
das falhas, ambos – escola e família, devem se unir em busca das soluções.
"Quem ama educa." (Içami Tiba)
Texto Adaptado de Luis Carlos de Menezes.
(Físico
e educador da Universidade de São Paulo).